Quando morei com o cego louco vendiamos imãs de geladeira.
Era mais para sair e se movimentar.
Nessas andanças encontramos muita gente boa e muita gente ordinária e mesquinha também.
Uma ocasião saimos de manhã,escolhemos uma casa para começar.
Eu esperava o cego dizer onde começariamos o trabalho para evitar atritos.
Aquele dia começamos na Rua Adão Pereira de Camargo que era uma rua morta e nao a avenida movimentada que é hoje.
Bati palmas!!!
Sai uma mulher esbaforida atender e já grita: Quem são vocês?
O que querem aqui?
O cego perdeu o rebolado.
Achou uma mais louca que ele!
Ele tentou explicar que vendia imãs.
Ela gritou: Nao quero comprar nada,suma daqui!!!
Ele tentou argumentar.
Ela gritou de novo:Some daqui,cego tem aposentadoria,nao quero o senhor no meu portão!!!
O cego ficou sem rumo!
Eu exultei...finalmente achava alguém mais louco que ele para maltrata-lo por nada!
Fiquei so observando o que ele ia fazer.
Pediu desculpas por ter incomodado a mulher e disse: Vamos embora Benhê,nao tenho mais condições de trabalhar hoje!!!
Eu gostaria muito que ele encontrasse mais infelizes como aquela para provar do próprio remédio mais vezes...
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