sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Vai entender a cabeça dele!!!

 Em 2007 eu tinha cedido ao ex marido um pedacinho de terreno, para ele construir um cômodo para ele morar.

Para isso ele teria que fazer um empréstimo.

Fomos na Losango verificar a possibilidade de pegar o dinheiro.

Fomos muito bem atendidos.

No meio do atendimento ele olha para a rua e diz: Ja volto!!!

E sai correndo,eu fiquei ali na frente da atendente sem palavras.

Pedi licença e sai atrás dele

Ele nao estava na rua!

Andei por ali e nao achei ele em lugar algum.

Fui embora para casa,ele estava morando comigo.

Ele nao apareceu aquele dia.

Dormiu sei lá onde!

No outro dia apareceu com a maior tranquilidade.

Eu perguntei o que houve.

Ele disse que viu uma amiga dele e foi cumprimentar...mas sumiu!!!

Assim mesmo mantive a promessa de fazer o quartinho para ele.

Fomos novamente atrás do dinheiro e deu tudo certo.

Morou ali quase 02 anos e por fim desapareceu.

Vim encontra-lo por acaso na rua muito tempo depois.

Ele me pediu que pagasse o material gasto no quartinho.

Paguei parcelado e ele desapareceu de vez!!!

Vai saber o que passava na cabeça daquele negão?

A uns 02 meses encontrei ele no Terminal de ônibus.

Me disse que iria me visitar.

Falei ok mas nao informei a ele que eu estava morando em outro lugar😄😄😄😄😄😄😄


quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Mulher burra eu!!!

 Eu morava com o cego louco e trabalhava no Jardim Maria do Carmo.

Saia do trabalho as 17 horas.

Tomava um ônibus lá e chegava no Termibal exatamente no horário de saida de meu ônibus.

Muitas vezes perdia.

Ou o ônibus já estava saindo ou nem estava mais no ponto.

Eu tinha que esperar o próximo.

Se pegasse aquele ônibus chegava em casa 18h15,se perdesse chegaria 18h40.

Quando perdia encontrava o cego louco no portão.

Ele tinha um maldito relógio que falava as horas.

Odiava aquele relógio.

Ele controlava cada minuto por ali.

Eu chegava 18h40 e encontrava ele alucinado querendo saber o que fiz entre 18h15 e 18h40.

Nunca acreditou que eu precisei esperar o próximo ônibus.

Hoje sei que o problema maior ali era eu que trabalhava tanto e me submetia a tudo.

Por fim abandonei o emprego e fiquei em casa prisioneira com ele.

Parei até de atender o portão porque nao era permitido.

Ele exigia que eu ficasse dentro de casa se alguém chamasse.

Eu tinha que esperar ele atender e resolver.

E ele nao conhecia as pessoas porque era estranho ali e nao me deixava falar com ninguém.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Injustiça

 Eu havia retornado ao Acampamento sozinha.

O pessoal estava em Mairinque na época.

Conversei com o coordenador e ele me cedeu um barraco.

Acordo as 05 horas da manhã e saio respirar o ar puro do local,apesar de ter a pista ao lado tinna muito verde.

Caminhei um pouco por ali.

Fui até a beira do barranco olhar a pista e retornei.

O coordenador estava na porta do barraco dele vizinho do meu.

Me ofereceu um café!

Aceitei...

Ele me trás o café e me fala que eu nao poderia permanecer no Acampamento.

Eu pergunto a razão.

Ele me diz que eu havia passado a noite fora do barraco e estava chegando aquela hora.

Expliquei que estava caminhando a uns 10 minutos.

Ele nao acreditou!

Nunca entendi porque tudo no Acampamento virava confusão.

Era impossivel acertar porque o julgamento era implacável.

Curioso é que acontecia tantas coisas sérias que passava despercebida.

Até morte saiu ali!!!

Ser mulher e sozinha num lugar daqueles nao é tarefa para mulher fraca.

Deus me guardou e me deu força e livramento.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Abaixo o cigarro!!!

 Eu nao sou fumante.

Nunca fui e sou contra o cigarro.

Uma vez em 2004 meu companheiro chegou bêbado a noite com um maço de cigarro mentolado.

Disse que encontrou na rua.

Eu achei interessante.

Nao tenho olfato e nao sei nada sobre cheiros mas fiquei imaginando o que seria cigarro mentolado.

Acendi um!!!

Curiosamente gostei daquilo.

Falei para meu companheiro que era legal até.

Ele ficou eufórico.

Disse que amanhã iria comprar mais para eu coneçar a fumar.

Atirei o maço de cigarro no fogão de lenha e nunca mais acendi cigarro algum.

Quem precisa começar a fumar depois de velha???


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

O mundo vai acabar em fogo!!!

 Quando criança meu pai adorava contar histórias para mim.

Uma delas que me deixava em pânico era que o mundo se acabou em água e o próximo passo seria acabar em fogo.

Eu morria de medo.

O mundo para mim se resumia ao pedaço que eu conseguia ver.

De onde eu morava na época se avistava o que é hoje a Vila Colorau.

Naquela época tudo mato.

Muitas vezes a noite o fogo tomava conta daquela área.

Provavelmente área de capim seco,entulho talvez.

De onde eu estava brincando na rua a noite conseguia ver o fogo.

Eu sentia um medo incontrolável daquele fogo "tão longe".

Para mim os altos da Rua Nogueira Padilha já era o fim do mundo onde começaria a destruiçao que tanto meu pai falava.

Quando via aquelas labaredas nao conseguia dormir direito a noite imaginando que se dormisse o fogo invadiria o mundo e todos morreriam queimados.

Em nenhum momento eu esperava que houvesse socorro ou solução.

Passei a infância esperando o fim do mundo.

Meu pai sempre disse que o mundo acabaria em fogo bem antes do ano "dois mir".

Minha esperança é que no ano "dois mir" eu seria uma velhinha e ja teria morrido a muito tempo.

😄😄😄😄😄😄😄😄😄

Que "Peninha"???

 Quando frequentava bailes a uns 10 anos sempre estava por dentro dos locais onde havia bailes de Terceira Idade.

Muitas vezes me falavam do baile do "Peninha"

Sempre diziam que era um baile bom.

Eu ignorava que baile poderia ser visto que sabia os locais onde havia bailes.

Um dia fiz amizade com uma mulher idosa e aceitei ir com ela conhecer o tal baile.

Quando cheguei no local descobri o famoso baile😄😄😄

Era o baile do Beninho com o cantor Rodrigo Freitas filho dele.

Eu ja conhecia o local a muito tempo.

Só ignorava que as pessoas nao sabiam pronunciar o nome de uma pessoa tão conhecida e atuante em Sorocaba.

E nem informar direito o local.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Senhor,dai me forças!!!

 Eu tinha abandonado o cego louco pela milessima vez.

A situaçao era insuportável com ele.

Mesmo separada ele nao me deixava em paz.

Para ter um pouco de sossego eu tirava o telefone do gancho para silenciar um pouco.

Principalmente à noite porque ele nao escolhia horário para ligar.

E era sempre a cobrar direto do celular caríssimo à época.

Aquela semana ele me deixou maluca ligando e dizendo que ia morrer sem socorro porque estava muito mal e não tinha como ir ao médico.

Eu acabei indo até lá com minha mãe.

Cheguei na casa e pulei o muro da frente para observar a situaçao.

Ele estava bem.

Mexendo nas coisas dentro de casa tranquilo sem problema nenhum.

Pulei o muro de volta para a rua e bati no portão chamando ele.

Veio se arrastando,morrendo,sem ar.

Abriu o portão com toda dificuldade que conseguiu simular.

Eu entrei com minha mãe e falei para ele que ja tinha observado antes e ele estava bem dentro de casa e agora estava fingindo estar morrendo.

Ele me cercou na porta dizendo que eu nao iria embora.

Fiquei observando a situação.

Num vacilo dele passei correndo por baixo do braço dele que cercava a porta.

Ele tentou me segurar mas nao deu tempo.

Minha mãe nao percebeu o que eu ia fazer e ficou para o lado de dentro desesperada 

sapateando sem coragem de sair😄😄😄

Eu esperei ela ter coragem de passar por ele e fui embora.

Quando ela saiu me lembrei do inferno das chamadas dia e noite a cobrar.

Vi o celular na mesa.

Voltei correndo peguei e enfiei na bolsa.

Eu que tinha comprado aquele celular usado por 60 reais na época.

Fiquei um bom tempo em paz.

Até ele arrumar outro celular...

Ai começou tudo de novo!!!




domingo, 17 de janeiro de 2021

Sem solução essa criatura!!!

 O meu relacionamento com o cego louco era desesperador.

Se naquela época eu tivesse a cabeça que tenho hoje saberia que aquilo que eu vivia era violência doméstica.

A casa tinha facas escondidas em todo lugar.

Onde eu fosse mexer achava uma faca escondida.

Ele me agredia com palavras o tempo todo e algumas vezes chegou a me atacar.

Eu tolerava tudo com resignação mas sentia muito medo.

Aquele sábado ele estava alucinado e eu me senti aflita.

Resolvi tomar uma atitude.

Atravessei a rua e pedi para usar o telefone do vizinho.

Chamei a polícia!

Ele continuou alucinado me maltratando,ai a policia chegou.

Ele disparou para o banheiro e se trancou.

Os policiais pediram licença e foram abordar ele no banheiro.

Deu muito trabalho para ele abrir aquela porta.

Ai os policiais sentaram ele numa cadeira e ameaçaram bastante.

Falaram que se ele aprontasse de novo iam recolher ele e dar uma surra.

Foram embora!!!

Por um tempo ele ficou bonzinho.

Mas logo em seguida começou a ficar alucinado de novo.

E nessas ocasiões eu abandonava ele e vinha embora para minha casa que sempre ficava fechada me esperando.

Cheguei a ficar 05 meses separada e ele insistindo e eu acabava voltando para recomeçar o sofrimento...

Onde enfio minha cara???

 Meu companheiro estava fazendo um serviço de pedreiro para Dona Zefa.

Ela tinha um bar na frente da casa onde o trabalho estava sendo feito.

Aquele dia fui la no bar com as netas e não encontrei ela no balcão.

Havia um senhor que eu nao conhecia cuidando do bar.

Expliquei a ele que ia pegar algumas coisas no bar e ele deveria descontar no pagamento de meu marido pedreiro que estava nos fundos da casa fazendo um serviço.

Ele nao disse nada.

Também nao me serviu.

Eu entrei no bar,peguei as coisas que queria,mostrei a ele e fui embora.

Ele permaneceu mudo! 

Passado um tempo,eu ja separada,minha filha me apontou o homem na rua e falou que ele estava à procura de uma namorada.

Perguntei quem era.

Ela me explicou que ele havia comprado o bar de dona Zefa.

Só ai me dei conta que eu havia entrado no bar a muito tempo e levado as coisas sem pagar.

O serviço que estava sendo feito não era responsabilidade dele e nem deveria ser descontado em mercadorias.

Ele também nao me disse nada.

Eu achei que ele era o marido da dona do bar.

Muito tempo depois já amiga dele contei o caso e rimos muito.

Ele também nao quis receber pelas mercadorias.

Havia deixado de ser dono do bar a muito tempo!!!



quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Eu hein?

 No ano 2000 escrevi uma carta ao Programa Paulo Silas procurando um relacionamento sério em um quadro que tinha no programa(Namoro no Rádio)

Curiosamente recebi uma carta de duas mulheres jovens.

Elas procuravam uma companheira para o pai delas.

Trocamos algumas cartas e elas vieram me conhecer.

Eu expliquei o que queria novamente pessoalmente e elas ficaram de voltar no sábado me buscar para conhecer o pai delas.

Ele morava no Bairro do Cercado.

No meio da conversa eu falei:Ele não bebe né?

Aquilo criou um constrangimento total .

Elas se olharam perdidas e afirmaram que nao bebia não.

Se apressaram a sair dali o mais rápido possível e desapareceram.

Nunca mais escreveram ou telefonaram.

Nao vieram me buscar também conforme o combinado.

O que elas queriam "empurrar" para mim???

😄😄😄😄😄😄😄😄


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Eu trabalhei muito em campanha eleitoral.
Trabalho nada elegante!
Caiação e letreiros de muros.
Eu ia trabalhar de manhã com uma calça suja de tinta,camiseta do candidato e boné.
Um dia estou pintando um muro com o colega letrista e vem uma criança e fica ali me olhando.
Incomoda até!
Depois de muito me olhar a criança se aproxima e pergunta:
Você é mulher?
Achei muita graça da dúvida que coloquei naquela cabecinha por causa de meu trabalho sujo de pintura e letreiros de muros...
Respondendo aqui: Sim, sou mulher!
A despeito do trabalho bruto e nada feminino!

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Saudades Zero

 No ano de 1973 eu fui morar em Vila Rica.

Eu estava começando a vida de casada e tinha acabado de ter um bebê.

A vida era dura,nao havia dinheiro para o minimo necessário.

E aquele bairro era complicado .

Era só mato na época.

Onibus de hora em hora.

Comércio nao havia ali.

Às 6 horas da manhã passava uma perua kombi deixando pão e leite fiado com pagamento quinzenal.

Eu dependia daquilo.

Morava no quintal de meus pais que também pegavam o pão e o leite.

Eu jovem,com um bebê que nem sempre dormia a noite as vezes dormia um pouco mais e a perua passava.

Eu acordava esbaforida e saia correndo para pegar o pão e o leite.

Tarde demais!

A perua ja tinha passado.

Meus pais sabiam que eu dependia daquilo mas não pegavam para mim nem me chamavam para pegar.

Eu voltava do portão arrasada por ter perdido a hora.

Eles com um sorriso irônico olhando na minha cara.

Pedia encarecidamente que eles pegassem ao menos o leite se eu nao visse passar.

Eles nao pegavam e ficavam rindo.

Eu tinha que deixar o bebê e bater a pé até a Avenida São Paulo onde ficava a padaria.

Com minha caderneta eu conseguia comprar.

E voltava a pé com o leite da menina.

Meus pais tinham um prazer imenso em ver eu sofrer andando a toa sendo que eles podiam pegar o leite na porta ou me chamar para pegar.

Deus que me perdoe mas não sinto a menor saudade de conviver com eles.

Eles sempre sentiram prazer mórbido em infernizar quem quer que estivesse vulnerável no alcance deles. 

Se fosse só comigo ainda se justificava o fato.

Mas era com qualquer pessoa que eles pudessem atingir.

Tempos difíceis que nao deixou saudades!

Se eu pudesse voltar no tempo passaria longe de muitas coisas que vivi.. 



Tempos dificeis

 Quem se lembra que nos anos 60 nao havia óleo de soja como hoje.

Ou se havia desconheço.

Nós compravamos meio litro de óleo de "minduim" na Venda de Lêo no Bairro Barcelona.

Tinha que levar o litro engordurado e sujo que era sempre o mesmo e eles tiravam o óleo de um tambor sujo e engordurado também e mediam.

Tempos antigos que a higiene era precária.

O arroz,feijão,açúcar e farinha ficava exposto em caixotes na beira da parede e as pessoas escolhiam que arroz ou feijão levar.

Eu sempre ia comprar meio quilo de arroz,meio quilo de feijão,meio quilo de açucar.

O café era moido na hora .

O sabão ficava numas caixas de papelão na entrada.

Tinha uns sabão rosa que era mais caro.

Eu sempre conprava uns pedaços horriveis,marron.

Era o sabão "mai barato".

O leite era vendido em litros retornáveis mas nao era para meu bico😭

Algumas raras vezes minha mãe mandava eu com uma caneca de alumínio comprar um pouquinho de leite para mim.

Provavelmente a Maria do armazém vendia de dó porque tinha que abrir um litro para tirar aquele pouquinho.

Na padaria da Quinha eu comprava pão de meio quilo.

Morria de vontade de comer um pãozinho pequeno"filãozinho" mas meu pai nao deixava comprar.

As vezes eu ganhava um.

Pelo jeito eu ficava encarando o pão e ganhava por dó.

Bolacha se havia eu desconheço.

A primeira vez que ganhei um chocolate fiquei pasma.

Nao me achava merecedora de alguém me dar uma coisa tao valiosa.

Era um chocolate Prestígio que eu ganhei da patroa dona Isaura.

Ela chegou com um punhado e me deu um.

Ja se passaram mais de 50 anos e nao esqueci o presente tão valioso naquele momento.

Jamais imaginava alguém dividindo comigo algo assim.

Lembro também de nossa vizinha comendo confeitos de chocolate e me oferecendo.

Nao tive coragem de aceitar.

Era demais para minha cabeça estender a mão e pegar.

Ou eu era uma idiota ou a vida era diferente.

Mas as coisas mudaram muito!!!


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Tristeza

 Hoje lendo uma reportagem me lembrei dele.

O ano era 1973.

Ano de sua formatura.

Eu fui convidada para comparecer mas nao pude ir porque morava tão longe e tinha acabado de ter um bebê.

Ele foi o orgulho dos pais.

A alegria pela profissão que ele escolheu era imensa.

Os anos passaram.

Eu sempre acompanhando sua trajetória.

Ele era muito querido.

E muito considerado também.

Até um dia que a "bomba estourou"

Ele foi acusado de algo inadmissivel na profissão dele.

Julgado,condenado e preso.

Nessa época seus pais já eram falecidos e não sofreram pela sua queda.

O filho era o orgulho deles.

Tantos anos se passaram e eu nem imagino como ele está hoje.

Lamentável ver ele se perder no caminho do bem e trilhar o mal.

Mas Deus sabe todas as coisas.

Apesar de nao poder citar o nome dele torço pela sua felicidade.

Que Deus em sua infinita misericórdia cuide dele em sua velhice.