domingo, 15 de dezembro de 2013

O MORTO QUE EU TEMIA


   



Quando morei no Acampamento eu namorei Valdir que era um homem bem complicado.
Uma noite, estou passando na rua em frente ao barraco dele, ele sai de lá e vem exigindo que eu entre e coma um feijão que ele preparou.
Não costumava entrar em barracos de homens ali, mas pelo estado de embriaguez dele acabei entrando para evitar atritos.
Estou lá sentada na cama comendo, ele fica atento, escuta, pega o facão e sai doido para fora.
Eu saio atrás, ele se dirige a um banheiro improvisado ao lado do barraco e faz tudo em pedaços com o facão.
Eu nem espero, desapareço dali e no dia seguinte mudo meu barraco para muito longe dele.
Depois soube que ele vivia por ali perguntando onde eu estava morando.
Não passou muito tempo, ele morreu afogado ali.
Chorei muito, eu vivia com medo dele, Deus me deu o direito à Paz

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