quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O HOMEM DE RUA



              



Quando vai chegando o Natal muito se fala em Amor.
Mas em minha modesta e maltrapilha opinião o Amor deveria ser pregado em todos os dias do Ano.
Não adianta muito chegar em Dezembro e doar um brinquedo, ou doces, ou seja lá o que for se durante o ano não houver comprometimento com o Amor.
Eu costumo doar coisas para quem está arrecadando no Natal.
Doo por doar, sem compromisso...doo pouquinho também que o dinheiro é curto.
Seria hipocrisia dizer que estou exercitando o Amor.
Doo porque gosto de fazer isso, e durante o Ano ninguém está interessado em planejar nada.
As vezes aparecem alguns interessados em evento no Dia da Criança que é um dia comercial, feito para vender.
Poucas pessoas estão interessadas em fazer algo num dia qualquer.
Imaginem sair numa segunda feira doando coisas?
Num dia qualquer do ano?
Sem avisar ninguém?
Sem esperar recompensa?
Eu já fiz isso...não se iludam também, foi um trabalho perdido.



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Estava eu no comitê de um determinado candidato a vereador.
Eu pinto muros na campanha eleitoral, trabalho duro, sem glamour nenhum.
Eu lá acertando o serviço de pintura para começar com urgência.
Um rapaz se aproxima e me diz que precisa trabalhar, está na rua, sem ter onde ir e sem trabalho.
Eu, um pouco preocupada aceito levar o rapaz comigo.
Ele se encontrava no SOS a uma semana, deveria sair dali com urgência.
O tempo de permanência estava por esgotar.
Cedo a ele um comodo e no próprio SOS consigo móveis usados, fogão, alias ele mesmo conseguiu lá.
Ao leva-lo lá para retirar suas coisas ele resolve trazer uma moça que se encontrava lá abrigada.
Trabalha comigo alguns dias, excelente letrista.
Um dia fico aguardando ele no local combinado para pega-lo de manhã e nada.
Vou até a casa que cedi a ele, bem distante de onde moro.
Ele havia sumido depois de se embriagar e arrumar confusão no bairro, só encontro a moça.
Trabalho sozinha a partir daquele dia.
Mais uns dias vou lá e encontro um senhor na casa.
A moça havia sumido, deixou um homem lá.
Peço que ele desocupe a casa, troco a fechadura.
Os móveis ficaram lá abandonados, nunca mais vieram pegar, as roupas ficaram também.
Em menos de um mês perdi o funcionário, tive 3 pessoas diferentes morando no local e as contas de água e luz ficaram para eu pagar.
O que o moço ganhou trabalhando comigo não deu para pagar o que comprei para ele no supermercado, farmácia, gás, marmitex e outras despesas.

Não lamento ter dado uma força a ele, só lamento meu esforço ter sido em vão!!!

Ainda bem que as coisas que emprestei ficaram abandonadas na casa!!!

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