Vai besta

 Aquele dia sai eu e o cego vender nossos imãs de geladeira,como fazíamos todos os dias.

Escolhi ir para Vila Progresso.

Do outro lado da cidade.

Assim que começamos nosso trabalho começou uma chuva fininha.

Corremos para o ponto de ônibus.

Nada de vir ônibus e a chuva engrossando.

Fui até a guia da calçada olhar na avenida se via algum ônibus vindo.

Nada!

Aí o cego grita: Benhê, cadê você?

----Estou olhando na avenida se vem algum ônibus!

Pronto!!!

Endoidou!!!

Olhando?

Você está olhando?

Começou uma gritaria sem lógica porque eu estava na beira da calçada tentando ver mais longe na avenida.

Eu observei um pouco aquela gritaria e fui embora.

Deixei ele gritando feito louco sozinho no ponto de ônibus.

Subi a pé a avenida e passei almoçar na casa de minha mãe.

Fui para casa a tarde caminhando.

Nem tinha levado dinheiro comigo para a passagem de ônibus.

E eu tinha direito a passagem gratuita como acompanhante dele,desde que ele estivesse junto ao embarcar.

Quando cheguei em casa a tardinha o cego estava em casa bem calmo!!!

Nem imagino como ele se virou para chegar em casa...